sexta-feira, 5 de abril de 2013

RESUMO PLT :Sexualidades em sala de aula

PATRICIA VENTURA R.A 6451320012


Sexualidades em sala de aula: discurso e teoria queer* Discurso sobre sexualidades: alunos, professores e politicas publicam.

 


 O tema das sexualidades seja cada vez mais debatido fora da escola (na mídia, por exemplo), ainda sendo um tabu em sala de aula. Em tais discursos, os corpos na escola não têm o mesmo desejo, não se vinculam a prazeres eróticos e, na verdade, não existem como a força constitutiva de quem é na pratica sócias. Em um artigo ousado e pioneiro sobre erotismo e a pratica pedagógica, Bell Hooks (1994) nos alerta para como fomos treinados a ignorar o corpo e seus prazeres na educação. Na sala de aula, entram corpos que não tem desejos, que não pensam em sexo ou que são, especialmente, dessexualizados para adentrar esse recinto, não surpreende que os livros de didáticos e propostas curriculares tradicionalmente operem também nessa logica. Fomos educados a pensar sobre os alunos sem considerar sua raça, seu gênero e seu desejo: um ser de corporificado e, portanto, em abstração, que só existe na sala de aula, normalmente nos discursos nos quais a voz dos professores é central, a mesma posição pode ser levantada em relação aos corpos dos professores: É assim Hooks (1994) corajosamente relata como se deu conta, em seu primeiro semestre como professor na universidade, de seu interesse erótico por um determinado aluno. Mas é claro que esse processo de esquecer o corpo, naturaliza ideias corpóreos de raça como branquitude, de gênero como masculinidade e de sexualidade como heterossexualidade. Esse apagamento do corpo não quer dizer, entretanto que a escola não produza identidades corporificadas. Ao contrario, embora os professores estejam apenas começando a perceber a relevância dos discursos escolares na construção da vida social, a escola é uma agencias principais de produção e organização das identidades sociais de forma generificada, sexualidade e radicalizada, com a globalização que nos chega pela mídia e internet, trazendo a diferença para dentro de casa, ou dos avanços dos chamados movimentos sociais tais como feminismo, antirracista e gays, léxicas, bissexuais, transexuais (Glebas). O tema da sexualidade e o do desejo aparecerem na mídia continuamente (a tv, por exemplo, é cada vez mais sexualizada, muitas vezes ajudando a sedimentares visões normalizadoras e homogeneizadoras da sexualidade, ainda que mais recentemente). Isoles alternativa para que se entenda como normalidade esteja sendo também tematizadas. São inúmeros os programas de Tv que localizam gays, lesbicas, bissexuais, travestis e transexuais em suas vidas cotidianas (por exemplo, família composta por dois homens e o filho de um deles ou por um casal de mulheres e seus filhos) na luta por seus direitos, o que possibilita aumentar nossos repertórios de significados sobre sexualidade e, de alguma forma, colabora para tirar Esqueleto de dentro do armário, por assim dizer. Alguns sociólogos (exemplo, GIDDENS, BECK & LASH, 1995) têm chamado esse processo de destradicionalização da vida social, nos quais discursos que eram compreendidos como constitutivos da vida privada (ou mesmo como pervertidos) avançaram para o centro da vida publica ou deixaram a privacidade das quatro paredes de um quarto e adentraram a sala de visita, pelo menos nas telas da tv, levando-nos a um processo de reflexão sobre o que somos e á possibilidade de construção de nossas vidas em outras bases. Isso não quer dizer, por outro lado, que estamos melhores mundos e que haja reações raivosa e agressiva de grupos conservadores. No mundo contemporâneo, é natural que os significados sobre sexualidade sejam, cada vez mais, constitutivos dos discursos que constroem o universo escolar. Mais ainda, deve-se atentar para visões bem tradicionais, em tal sequencia, sobre como as mulheres se submetem aos caprichos sexuais dos homens, ecoando discursos machistas de que as mulheres estão a serviços de seus prazeres. No entanto, apesar da presença de tais discursos em sala de aula, ainda que, em geral, somente nas conversas privadas entre alunos, é proveitoso atentar para como uma professora que é instada, pelo aluno a focaliza o tema da sexualidade, percebe-se que a professora recusa o tópico referente à homossexualidade, uma vez não o legitima como adequado à sala de aula e por outro, que os alunos estão agindo provocativamente, já que, como participante de tal contexto, sabem que esse não é um assunto adequado. No entanto, as politicas publicam, no campo da educação tem mais recentemente, chamado atenção para as sexualidades (parâmetro curriculares nacionais, vol. 10, de 1998; documentos da secretaria da educação continuada, alfabetização e diversidade -, Junqueira s/d; programa Brasil sem Homofobia do ministério da somo um saúde) como um traço constitutivo como somos. Em tais documentos, via de regras, nota-se uma preocupação que, indo além das tradicionais explicações dos chamados ¨fatos¨ da vida, que biologiam. A sexualidade e o desejo; no entanto, tal investimento do setor publica se baseiam em politica de identidade, as quais embora sejam relevantes por defenderem os direitos das chamadas minorias. As sexualidades consideradas minoritárias precisam ser redimensionadas por meio de teorizações qeer, que além de questionarem qualquer sentido de normatividade para o desejo sexual, lançam um olhar mais perspicaz sobre a construção das sexualidades e envolvem uma politização maior do campo da sexualidade. Uma visão da logica monocultural e da logica multi/intercultural A logica monocultural se associa a um modo de explicação da vida social voltado para a mesmidade (somos todos iguais, ou seja, somos guiados por significados homogêneos que produzem uma única interpretação). Tal logica se baseia em um processo homogeneização e simplificação de quem somos ou ainda de busca de uma essência de quem somos feitos. Somos orientados por uma multiplicidade de significados que guiam nossa praticas influenciando-nos, e as quais nos também influenciamos. É nesse sentido que Geertz (1973:5) aponta que os seres humanos são animais, gera uma multicultural idade de interpretação das praticas. Com a conquista de outras terras e o encontro de outros diferentes em outras partes do mundo, tem inicio um processo de destruição da diferença com o objetivo de garantir os benefícios das conquistas aqueles em posição de poder nas assimetrias sociais: notadamente, homens, europeus, colonizadores e brancos. Inicia-se um e processo de comportamentalização dos sentidos, que desqualifica a alteridade e seu significado. Esse projeto compreendido como típico da modernidade, sob cujos efeitos vivemos ate hoje, é que tem sido mais e mais desbancando por outras logicas que mostram a que interesses arbitrários servem as construções de verdades, historias normatividades sobre quem somos ou sobre quem podemos/devemos ser. Devem ser lembrada aqui uma serie de estudos/teorizações pós-coloniais, feminista antirracista e queer, vêm colocar questionamento sobre os discursos normalizadores dos gêneros, das raças e das sexualidades. Uma visão queer das sexualidades Uma das teorizações que parecem mais iluminadoras pelo seu caráter problematizado e questionador e qualquer sentido de verdade e normalidade em inglesa relação à sexualidade, e que tentam explicar o atravessamento de fronteiras discursivo-culturais da sexualidade, têm sido chamadas de queer. Embora queer seja uma palavra da língua inglesa, o seu uso tem sido preferido em português devido à ausência de um equivalente nessa língua que capta seu sentido, uma palavra que significa estranho, inesperado e não natural queer também é uma forma antiga de se referir a homossexuais. Assim, o termo foi re-apropriado nessas teorizações de modo à resinificado, virando o insulto de ponta cabeça por assim dizer, ao mesmo tempo em que recupera o significado contestatório que o termo carrega; tal vez uma força mais cruciais na construção da vida social, especialmente obrigação de ser heterossexual homogênea, estável, como destino sexual dos quais não se pode escapar como querem tradicionalmente muitas das posições essencialistas dos movimentos GLBTs. Provavelmente, o pensamento chave para essa teoria é o de Foucault (1979). Ao historicista a sexualidade, Foucault (1979) procurou desnaturalizar categorias como homossexual ao mostrara-las como conceitos construídos por palavras e discursos ou ao remetê-las a sua origem histórica discursiva. Essa visão, prevalentes em muitos discursos de especialistas e não especialistas compartimentalizaram os desejos sexuais e revelam a essência dos pares que constituem o binário homossexual/heterossexual. Potencias da teorização queer para a educação Ao problematizar visões normalizadoras da sexualidade, a teorização queer pode iluminar nosso trabalho em educação ao oferecer alternativa de compreensão dos desafios desestabilizadores das praticas sociais que vivemos. Os alunos têm tido, cada vez mais cedo, acesso a discursos sobre as sexualidades e se os professores podem complementar visões alternativas para o discurso da mídia e de outras instituições que homogeneízam e especializam a vida social, tanto melhor para as praticas educacionais. A cultura popular e seus artefatos (novela, por exemplo) têm muitas praticas de sexualidade cuja natureza construída e normalizadora pode ser problematizada na escola. Especialmente, ressalto a relevância de mostrar a natureza fabricada tanto da heterossexualidade como homossexualidade, analisando as estratégias e artifícios envolvidos em uma construção. Há ainda motivação ética para compartilhar tal teorização, uma vez que implica ganhos claros dessa natureza. Ao desessencializar os desejos de qualquer tipo, ao compreendê-los como estando sempre e construção, aos desestabilizar a posição da heterossexualidade como matriz ao despatologizar a homossexualidade ao contemplar a natureza discursiva e multável da sexualidade, e aos não defender nenhum desejo sexual em especial como mais legitimo ou hierarquicamente superior a outro, há nessa visão a possibilidade de descrição /desnaturalização da vida social. Não há espaço, por tanto para discursos de heteronormatividade, de minoria e de tolerância. Embora entenda as dificuldades e aos embates nesse percurso, os tempos de destradicionalizaçao em que vivemos abrem cada vez mais espaço para tal procura. Que a escola seja um lugar de recriar politizar a vida social, de compreender a necessidade de não separar cognição corpo, de se livrar discursos binários aprisionadores de se questionar initerruptamente e de se preocupar com justiça social e ética!

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