domingo, 31 de março de 2013

Persistente racismo no sul dos Estados Unidos


Persistente racismo no sul dos Estados Unidos


Na composição atual da Suprema Corte dos EUA, o bloco conservador tem leve vantagem (5x4). Mas mesmo depois de tantos prefeitos e governadores negros, inclusive no sul, e de já ter o país um presidente negro na Casa Branca, até juízes conservadores do tribunal mais alto ainda vêem racismo, ao contrário de ideólogos do jornalismo da elite branca brasileira, como Ali (“não somos racistas”) Kamel, que negam a realidade. A análise é de Argemiro Ferreira.
Argemiro Ferreira
Em decisão quase unânime (8x1) na última semana a Suprema Corte dos EUA manteve intacta a Lei de Direito de Voto que em 1965 estendeu esse direito à população negra do sul. A lei foi aprovada um século depois do assassinato do presidente Lincoln e da vitória da União na guerra civil gerada pela obsessão da elite branca sulista de não abrir mão da escravidão negra - e, depois, da segregação racial.
Na composição atual da Suprema Corte o bloco conservador tem leve vantagem (5x4). Mas mesmo depois de tantos prefeitos e governadores negros, inclusive no sul, e de já ter o país um presidente negro na Casa Branca, até juízes conservadores do tribunal mais alto ainda vêem racismo, ao contrário de ideólogos do jornalismo da elite branca brasileira, como Ali (“não somos racistas”) Kamel, que negam a realidade.
A nova decisão da Suprema Corte americana foi no caso de um distrito de Austin, Texas, que desafiou a constitucionalidade daquela lei, buscando colocar-se fora de seu alcance - e dos organismos do governo federal. Ao assiná-la há 44 anos, o presidente Lyndon Johnson, democrata e texano, profetizara que por causa dessa lei seu partido perderia o sul, até no Texas - o que, de fato, viria a acontecer.
A vergonhosa herança confederada
Durante os 100 anos seguintes à guerra civil o Partido Democrata, sob o controle da elite branca no sul, tornou-se partido único nos 11 estados que antes formavam a Confederação - situação semelhante à da URSS stalinista. Na prática tirava-se o direito de voto dos negros (com exigências absurdas mas legais naqueles estados, como os testes de capacidade inventados para tal fim específico), preservando-se os valores pre-guerra civil.
O que mudou o quadro, em meio ao trauma criado pelo assassinato do presidente Kennedy em Dallas (no Texas, um daqueles 11 estados) foi a aprovação em 1965 da Lei de Direito de Voto. Ela criou, após 100 anos, um novo quadro político nos estados do sul: o Partido Democrata passou a acolher os negros e o Republicano a receber a elite branca (e racista) descontente e inconformada com a nova lei.
Após um período de acomodação os republicanos começaram a superar os rivais democratas nas eleições para presidente, governador, legislativos estaduais e Congresso nos estados que tinham integrado a Confederação escravocrata. Entre 2000 e 2006 praticamente cumpriu-se a profecia de Johnson de que depois da lei os democratas perderiam o sul, mesmo passando a eleger novos políticos negros.
O legislador esperava que certos dispositivos da lei se tornassem desnecessários ao se consumar a correção da anomalia. Era esse o caso da seção 5, que previa supervisão federal (aprovação prévia do Departamento de Justiça) em quaisquer mudanças legais em oito estados e muitos condados de outros. Com o voto das minorias garantido, seriam restabelecidos os direitos plenos dos estados nesse campo.
Uma cisão no bloco conservador
Pelo menos dois analistas respeitados - um colunista político do Washington Post, E.J. Dionne, e a professora da Escola de Direito de Stanford, Pamela Karlan, especialista em eleições - acham que John Roberts, presidente da Suprema Corte, inclinava-se agora a acolher a pretensão de Austin. E o teria feito se o juiz Anthony Kennedy e talvez Samuel Alito, conservadores como ele, não discordassem.
Antes da decisão, segundo Dionne, militantes de direitos civis temiam que a atual maioria conservadora estivesse disposta a usar sua vantagem de um voto na corte para golpear o coração da lei. E apesar do recuo ante a discordância, Roberts - a quem coube redigir o voto - teve o cuidado de deixar em aberto a questão maior, ao “evitar a resolução desnecessária das questões constitucionais” (a frase é dele).
Mesmo reconhecendo os avanços garantidos pela lei de 1965, esse presidente que Bush nomeou com o objetivo de consolidar a virada à direita do tribunal afirmou que aqueles progressos “não constituem justificativa adequada” para manter as atuais exigências de supervisão federal. Para ele, há “evidência considerável” de que “o estatuto deixa de atender às condições políticas atuais”.
Parece implícita a insinuação de que o remédio daquela lei tornou-se obsoleto por inexistirem as condições que levaram o legislador a aprová-la. Mas fatos recentes - dos episódios de racismo explícito na campanha presidencial de 1998, com o próprio candidato republicano repreendendo excessos em seu palanque, a casos de piadas ofensivas de políticos do sul - mostram o contrário. E no mesmo sul racista.
O bom exemplo de Earl Warren
Para a professora Karlan, Roberts primeiro tentou, sem conseguir, forjar uma maioria capaz de destruir inteiramente a seção 5 da lei. O que a decisão indica, conforme ela observou em entrevista (citada por Dionne), é que o bloco conservador do mais alto tribunal do país foi incapaz de garantir os cinco votos necessários. Assim, teve de se contentar com uma solução de compromisso.
Essa lei, como ressaltou Karlan, ganhou status emblemático no direito americano como uma das poucas na história a resultar de verdadeira mobilização de massa (aquilo que na certa horrorizaria o atual presidente do STF no Brasil). Golpear-lhe o coração, disse ainda, teria trazido um claro custo político para a Corte Suprema dos EUA. Mas ficou claro que o alto tribunal presta atenção à política.
Dionne observou: “Somos um governo de leis, não de homens. Mas homens e mulheres têm opiniões e orientações filosóficas que não evaporam no dia em que se tornam juízes da Suprema Corte. Pretender o contrário em nada ajudará a preservar nossas liberdades”. Pode ser. Mas se os conservadores impuseram-se tantas vezes, alguns deles - como Earl Warren, com período marcante na presidência - tornaram-se liberais na Corte

sábado, 30 de março de 2013


Marcela é uma bailarina muito especial que não enxerga com os olhos, mas com o coração. Por isso, ela consegue superar seus obstáculos e conquistar seu sonho 

Marcela adora música clássica. Ela diz que se sente tão bem quando ouve, mas tão bem, que pediu para a mãe matriculá-la em aulas de balé. No início, as pessoas estranharam, mas Marcela surpreendeu: aprendeu direitinho e mostrou que é possível vencer as dificuldades para fazer o que quer. E ela ficava tão feliz...

A professora ensinou-lhe todos os passos, assim como orientou as outras alunas sobre como ajudar a nova aluna a se orientar na sala e a dançar cada vez melhor. Afinal, elas iriam se apresentar no palco com um figurino lindo de borboletas ao som de uma melodia que dava a impressão de estarem voando. Só quem dança sabe.

Marcela tem nove anos e nasceu cega, por isso não sabia que bicho era esse. Suas amigas colocaram várias borboletas em suas mãos para que ela sentisse as asas e pudesse interpretar a mesma delicadeza no palco. Deu certo! Ela estreou toda bonita, guiada pela vontade de realizar o sonho e ouvindo, um pouco ansiosa, que a plateia estava lotada.

quarta-feira, 27 de março de 2013

UMA BELA HISTÓRIA


Olá! Eu me chamo Maria Clara, tenho 11 anos e vou contar uma
história muito especial, que começa no dia em que eu pedi para
minha mãe um irmãozinho.
Eu era bem pequena e vivia feliz com meu pai, minha mãe e as
minhas bonecas, Tati e Neneca, mas sentia mesmo
era falta de ter alguém legal para brincar.
Então, num dia muito especial, mamãe me deu a notícia tão feliz...
Ela estava grávida. Sua barriga não parou mais de crescer, e eu
já conversava com o bebê dentro da barriga dela.
No dia em que o bebê nasceu, foi uma festa! Enquanto meus pais
foram para a maternidade, minha avó Ana me ajudou a arrumar
a casa com fl ores, bolo e até sorvete, só para esperar a chegada
do meu irmão, Artur. Ah, sim, ele era um menino e eu escolhi
este nome para ele.
Quando ele chegou em casa, era tão pequenino que mais parecia
minha boneca Neneca. Os dias se passavam e meus pais sempre
saíam de casa levando Artur com eles. Eu também queria ir junto,
mas vovó explicou que Artur ia visitar um médico legal.
Foi então que este
médico disse para
minha mãe que meu irmão
era um bebê muito especial, ele
tinha síndrome de down. Minha mãe fi cou
preocupada, mas eu pensei:
Meus pais queriam ajudar Artur e foram ler muitos
livros e conhecer outros pais com fi lhos especiais.
Assim, eles poderiam aprender a superar as
difi culdades juntos.
Minha mãe me explicou que o Artur ia demorar mais
tempo para aprender algumas coisas e que talvez ele
fi zesse coisas de um jeito diferente daquele que eu
fazia. Na escola, minha professora explicou também
que todas as crianças que são especiais devem ser
muito amadas e respeitadas.
Genial, tenho um irmão especial!
Quando Artur cresceu um pouco, brincava comigo
de esconde-esconde, cabra-cega e até de casinha,
tão bonitinho! Num Natal, ele ganhou uma
bicicleta especial... que tinha uma cesta atrás...
e ele até levava a Neneca para passear. Logo começou a freqüentar a escola. Ele nem
sempre fala tudo certinho e, muitas vezes, Artur é
visto como um menino diferente... Mas todos somos
diferentes uns dos outros, não é mesmo? Tem sempre
gente diferente perto da gente, é só observar.
Mesmo com algumas difi culdades, não demora muito para Artur fazer
amigos sinceros, com seu olhar cheio de carinho. Ele gosta de sorrir
muito, abraçar os amigos e dar beijinhos.
No esporte, meu irmão não é tão veloz. Ele pode fazer muitas coisas,
mas precisa fazê-las mais devagar... E com uma boa dupla, consegue
sempre chegar na reta fi nal.
Um dia, a tia Cássia, professora do Artur, nos convidou para uma
grande festa em uma escola de crianças especiais do bairro.
Na festa, conhecemos outras crianças: o Joamar,
que não gosta de falar nem de brincar, mas gosta muito
de imaginar; a Gi, que faz tudo devagarzinho
e precisa de muito carinho; a Kuka, que adora dançar e
tem uma cuca legal; e outros, como o Tiago e a Milena.
Todos eles são bem legais e precisam ser
compreendidos e respeitados cada um
a seu modo. 14 15
Depois deste dia, fi camos amigos de todas as crianças e de seus pais.
Eu e o Artur somos os mais novos voluntários da escola. Somos uma
dupla e tanto! Eu conto histórias enquanto ele me ajuda entregando
os livrinhos; eu ensino balé para as meninas e ele ajuda, aplaudindo.
E sabem o que mais? Meus pais aprenderam a ajudar o Artur e, hoje,
eles também ajudam outros pais em situação parecida. Recebemos
muito amor e sou muito feliz!16
Hoje, eu sei que, quando pedi um irmão,
ganhei o Artur, uma pessoal especial que
alegra a todos, supera suas difi culdades
e ilumina a escola com seu sorriso.
Meu irmão é mesmo genial!
Gostaria que todas as crianças pudessem
ter a oportunidade de conhecer e conviver
com crianças especiais. Afi nal, as diferenças
são as cores que deixam a nossa vida mais
bonita e alegre.

CONSCIÊNCIA NEGRA

O "Dia da Consciência Negra" retrata a disputa pela memória histórica.
Preservar a memória é uma das formas de construir a história. É pela disputa dessa memória, dessa história, que nos últimos 32 anos se comemora no dia 20 de novembro, o "Dia Nacional da Consciência Negra".
Nessa data, em 1695, foi assassinado Zumbi, um dos últimos líderes do Quilombo dos Palmares, que se transformou em um grande ícone da resistência negra ao escravismo e da luta pela liberdade. Para o historiador Flávio Gomes, do Departamento de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a escolha do 20 de novembro foi muito mais do que uma simples oposição ao 13 de maio: "os movimentos sociais escolheram essa data para mostrar o quanto o país está marcado por diferenças e discriminações raciais.
Foi também uma luta pela visibilidade do problema. Isso não é pouca coisa, pois o tema do racismo sempre foi negado, dentro e fora do Brasil. Como se não existisse".


Como surgiu o Dia da Consciência Negra

No dia 20 de novembro de 1695, o negro Zumbi, chefe do Quilombo dos Palmares, foi morto em uma emboscada na serra Dois Irmãos, em Pernambuco, após liderar uma resistência que culminou, também, com o início da destruição do Quilombo.
O Quilombo dos Palmares foi uma comunidade criada pelos escravos que fugiam de seus senhores para viver em liberdade. Houve uma época em que o Quilombo abrigou mais de 20 mil pessoas.
Zumbi nasceu no Quilombo mas, ainda recém-nascido, foi capturado e entregue a um padre, que lhe deu o nome Francisco, o ensinou a ler e a escrever. Aos 15 anos de idade, o menino resolveu voltar ao Quilombo, onde, pouco tempo depois, tornou-se líder. Em 1995, após 300 anos de sua morte, Zumbi foi reconhecido como herói nacional.
As rebeliões de escravos foram bastante freqüentes no período colonial. Os negros fugidos escondiam-se na mata e organizavam-se em grupos, para sobreviver à hostilidade do ambiente e às investidas dos brancos.
Os grupos, internamente coesos, recebiam o nome de quilombos e as aldeias que os compunham, de mocambos. O mais conhecido dos quilombos foi de Palmares, pois foi o que mais tempo durou (1630 -1695), o que ocupou maior área territorial (cerca de 400 km2 dos atuais estados de Pernambuco e Alagoas) e o que resistiu mais bravamente aos ataques dos brancos.
Palmares se organizou como um verdadeiro Estado - com as estruturas dos estados africanos, onde cada aldeia tinha um chefe, os quais elegiam seu rei - e possuía um verdadeiro exército, além de fortificações em torno das aldeias, que deixaram os comandantes brancos admirados.
Tinha uma produção agrícola bem avançada, que dava para a subsistência das aldeias e ainda produzia um excedente que podia ser negociado com mascates e lavradores brancos. No entanto, a própria existência de um Estado independente dentro da colônia era inaceitável para os portugueses, que consideravam Palmares como seu maior inimigo, depois dos holandeses.
O primeiro rei de Palmares foi Gangazumba, que comandou uma bem-sucedida resistência, repelindo dezenas de expedições dos brancos. Em 1678, assinou uma trégua com o governador Aires de Souza e Castro - atitude que dividiu o quilombo.
Em conseqüência, Gangazumba terminou por ser envenenado. Foi substituído por Zumbi que já era um líder respeitado e que se tornou o grande herói dos Palmares. Várias investidas foram feitas contra o quilombo: duas ainda sob o domínio Falar sobre o Dia da Consciência Negra nos faz parafrasear Patativa quando ele propõe o respeito às diferenças. Acreditamos que isto não deve ser encarado como concessão ou exceção a uma regra socialmente estabelecida, mas como o direito de igualdade em oportunidades entre os indivíduos.
O dia 20 de novembro marca o assassinato do líder Zumbi dos Palmares, oficializado herói nacional, por ocasião do tricentenário de sua morte em 1996. Símbolo da resistência contra o racismo, a opressão e as desigualdades sociais. Marca da resistência dos povos contra o colonialismo, o imperialismo e o terrorismo em todo o mundo, sob todas as formas.


Construindo o "Dia da Consciência Negra"

O 20 de novembro trata da data do assassinato de Zumbi, em 1665, o mais importante líder dos quilombos de Palmares, que representou a maior e mais importante comunidade de escravos fugidos nas Américas, com uma população estimada de mais 30 mil.
Em várias sociedades escravistas nas Américas existiram fugas de escravos e formação de comunidades como os quilombos. Na Venezuela, foram chamados de cumbes, na Colômbia de palanques e de marrons nos EUA e Caribe. Palmares durou cerca de 140 anos: as primeiras evidências de Palmares são de 1585 e há informações de escravos fugidos na Serra da Barriga até 1740, ou seja bem depois do assassinato de Zumbi. Embora tenham existido tentativas de tratados de paz os acordos fracassaram e prevaleceu o furor destruidor do poder colonial contra Palmares.
Há 32 anos, o poeta gaúcho Oliveira Silveira sugeria ao seu grupo que o 20 de novembro fosse comemorado como o "Dia da Consciência Negra", pois era mais significativo para a comunidade negra brasileira do que o 13 de maio. "Treze de maio traição, liberdade sem asas e fome sem pão", assim definia Silveira o "Dia da Abolição da Escravatura" em um de seus poemas. Em 1971 o 20 de novembro foi celebrado pela primeira vez. A idéia se espalhou por outros movimentos sociais de luta contra a discriminação racial e, no final dos anos 1970, já aparecia como proposta nacional do Movimento Negro Unificado.
A diversidade de formas de celebração do 20 de novembro permite ter uma dimensão de como essa data tem propiciado congregar os mais diferentes grupos sociais. "Os adeptos das diferentes religiões manifestam-se segundo a leitura de sua cultura, para dali tirar elementos de rejeição à situação em que se encontra grande parte da população afro-descendente”.
Os acadêmicos e os militantes celebram através dos instrumentos clássicos de divulgação de idéias: simpósios, palestras, congressos e encontros; ou ainda a partir de feiras de artesanatos, livros, ou outras modalidades de expressão cultural.
Grande parte da população envolvida celebra com samba, churrasco e muita cerveja", conta o historiador Andrelino Campos, da Faculdade de Formação de Professores, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
"É importante que se conquiste o "Dia da Consciência Negra" como o dia nacional de todos os brasileiros e brasileiras que lutam por uma sociedade de fato democrática, igualitária, unindo toda a classe trabalhadora num projeto de nação que contemple a diversidade engendrada no nosso processo histórico".
Para o historiador Flávio Gomes, do Departamento de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a escolha do 20 de novembro foi muito mais do que uma simples oposição ao 13 de maio: "os movimentos sociais escolheram essa data para mostrar o quanto o país está marcado por diferenças e discriminações raciais. Foi também uma luta pela visibilidade do problema. Isso não é pouca coisa, pois o tema do racismo sempre foi negado, dentro e fora do Brasil. Como se não existisse".
O projeto neoliberal implantado em nosso país acirra as desigualdades, afetando, ainda mais, as parcelas menos favorecidas da população brasileira. Em pesquisa realizada pelo DIEESE (1998) são apresentadas informações que comprovam a discriminação à população negra, tomando por base as regiões metropolitanas.
Taxas de Desemprego por Sexo e segundo a Raça
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Os dados apresentados demonstram que as taxas de desemprego entre homens e mulheres, negros (as) e não negros (as) ainda registram valores muito elevados. Se compararmos a diferença das taxas entre homens negros e não negros, com mulheres negras e não negras, a maior diferença estará em relação às mulheres negras, já que estas apresentam, em todas as regiões, as maiores taxas de desemprego.
No entanto, este debate não se encerra na mera inserção no mercado de trabalho. Deve ser acompanhado pelos números que registram a taxa de analfabetismo o número de anos de permanência na escola e a média de rendimentos salariais.
Na Síntese dos Indicadores Sociais - IBGE (2000) é apontado que, em 1999, a taxa de analfabetismo entre pretos e pardos é de 20%, enquanto entre os brancos cai para 8,3%. Quando demonstram o número de anos de permanência na escola as estatísticas não são diferentes: os pretos passam 4,5 anos, os pardos 4,6 anos e os brancos 6,7 anos. Isto demonstra que os pretos e pardos saem mais cedo da escola, o que irá refletir, diretamente na população jovem, quanto ao acesso ao nível superior e ao mercado de trabalho.
Quando empregados (as) os níveis salariais também servem para denunciar a discriminação econômica e de gênero. Conforme Sueli Carneiro e Thereza Santos, na obra "Mulher Negra" : 83,1% das mulheres negras trabalham na agricultura e na prestação de serviços (principalmente como empregadas domésticas); 60% não têm registro em carteira. Quanto à média salarial, os homens brancos recebem 6,3% salários mínimos (s.m), os negros 2,9 s.m, as mulheres brancas 3,6 s.m e a s mulheres negras 1,7 s.m Tais dados tornam-se ainda mais gritantes quando se estima que o número de mulheres chefes de família no país varia entre 20% e 25%. As condições de trabalho e salários destas mulheres refletiram diretamente no grau de pobreza dessas famílias.
O projeto do Dia Estadual da consciência negra a ser comemorado em cada dia 20 de novembro originou a Lei de n.º 12056 de 12 de janeiro de 1993, onde estabelece que o Governo e a Assembléia legislativa promoverão atividades alusivas a esta data. Ficou instituído também que as comemorações nas escolas públicas estarão relacionadas a dedicação das atividades curriculares para abordagem de temas relativos a participação do negro na história do Brasil.
Remeto-me, nesse momento, a todos aqueles que lutam, alguns chegando a dar a própria vida, em nome da liberdade, da democracia e do respeito às diferenças. Dos povos indígenas à Zumbi dos Palmares; dos negros (as) escravo (as) a Joaquim Nabuco, de Chica da Silva aos poetas Cruz e Souza, Lima Barreto; de Castro Alves à Jorge Amado; do Mestre Aleijadinho ao Geógrafo Milton Santos; de Chiquinha Gonzaga aos guerrilheiros e guerrilheiras do Araguaia. Nesta data símbolo da resistência saúdo a todos que lutam e lutaram na construção de um mundo justo e igualitário.
Para a socióloga Antonia Garcia, doutoranda do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é importante que se conquiste o "Dia da Consciência Negra" "como o dia nacional de todos os brasileiros e brasileiras que lutam por uma sociedade de fato democrática, igualitária, unindo toda a classe trabalhadora num projeto de nação que contemple a diversidade engendrada no nosso processo histórico".

Referências bibliográficas: 
ACDS – Associação Cultural e Desportiva Samburá
DIEESE - Reportagem da revista Com Ciência, editada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, SBPC
Autoria: Marcos Júlio Lyra

TODOS CONTRA O PRECONCEITO

Racismo institucional no Brasil

Racismo institucional no Brasil
O argumento central deste artigo consiste em que, no Brasil, negros sofrem não só a discriminação racial devida ao preconceito racial e operada no plano privado, mas também e sobretudo o racismo institucional, que inspira as políticas estatais que lhes são dirigidas e se materializa nelas. Trata-se de discriminação racial praticada pelo Estado ao atuar de forma diferenciada em relação a esses segmentos populacionais, introduzindo em nossas cidades e em nossa sociedade, pela via das políticas públicas, “um corte entre o que deve viver e o que deve morrer”, a faxina étnica.
A expressão, utilizada para evidenciar as relações entre o racismo e as políticas estatais para territórios e populações negras no Brasil, não é mera retórica. Antes, sustenta que as elevadas taxas de homicídio e de “autos de resistência”5 nos territórios de maioria negra, as políticas de remoção e de despejo de sua população, os altos índices de encarceramento de negros pobres, a precariedade das políticas públicas de habitação, saúde e educação para o conjunto da população negra e o desrespeito a suas tradições culturais e religiosas não são sucessivos produtos do acaso ou do mau funcionamento do Estado,6 mas traduzem o racismo institucional que opera no Brasil bem ao largo de qualquer perspectiva de integração social e urbana desses segmentos populacionais pela via da cidadania.
Esse modo específico de gestão estatal das populações negras e de seus territórios de moradia − que “faz viver e deixa morrer”, como diz Foucault − pode ser identificado no âmbito das políticas públicas praticadas pelo Estado brasileiro. Examinemos alguns dados empíricos que expressam o sentido e o escopo de sua formulação e de sua realização.
Os negros são as maiores vítimas de homicídio. No período de 2002 a 2008, segundo dados do Mapa da violência 2011,7 o número de vítimas brancas na população brasileira diminuiu 22,3%; já entre os negros, o número de vítimas de homicídio aumentou 20,2%. Os dados são mais dramáticos quando se consideram os jovens: o número de homicídios de jovens brancos caiu, no período, 30%, enquanto o de jovens negros cresceu 13%, o que significa que a brecha de mortalidade entre brancos e negros cresceu 43%. Se considerarmos os homicídios praticados pelas forças policiais e registrados/encobertos pelos “autos de resistência”, vemos que eles também vitimam mais intensamente os negros: de 2001 a 2007, incidiram sobre esse segmento 61,7% dos homicídios praticados por agentes do Estado.8 Não se trata simplesmente de abuso policial ou de despreparo de policiais em situações de confronto. A consistência dos dados e sua persistência no período, em que pese a redução desses homicídios nos últimos anos em algumas grandes cidades brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo,9 indicam uma política de extermínio de negros (jovens, sobretudo) − o “fazer morrer” − praticada pelo Estado, por meio de seus agentes, ou por ele tolerada.10
Mas, como vimos, a tecnologia do poder também “faz viver”, ainda que em distintas condições para esses diferentes segmentos populacionais, brancos e negros. É o que demonstra uma pesquisa realizada em 2003 pelo Ministério da Saúde,11 que revelou indicadores de saúde diferenciados da população brasileira segundo o critério raça/cor. Analisando seus resultados, Meireles12 destaca que 62% das mulheres brancas ouvidas realizaram sete ou mais consultas de pré-natal, enquanto somente 37% das mulheres negras passaram pelo mesmo número de consultas. Talvez por isso a hipertensão arterial durante a gravidez, uma das principais causas de morte materna, tenha sido mais frequente entre as mulheres negras. Além disso, o risco de uma criança negra morrer antes de completar 5 anos por causas infecciosas e parasitárias é 60% maior do que o risco de uma criança branca falecer pela mesma razão, enquanto o risco de morte por desnutrição é 90% maior entre crianças negras do que entre as brancas.
Já os dados do Relatório anual das desigualdades raciais no Brasil; 2009-2010demonstram que os negros representam cerca de 60% daqueles que, por motivos diversos, não conseguem atendimento no SUS, sendo os maiores percentuais os relativos às mulheres negras − o que, sem dúvida, argumenta o autor, evidencia a precariedade do dispositivo constitucional que assegura a universalidade do direito à saúde no país.
No plano da educação, todas as pesquisas apontam que, ainda que o acesso tenha crescido no país nos últimos anos, a presença dos negros no ensino médio, universitário e na pós-graduação permanece significativamente menor do que a dos brancos – diferença que se torna exponencial nos níveis superiores de formação. A razão, ressaltam, é clara: enquanto os brancos recorrem a escolas particulares (sabidamente, no Brasil, de melhor qualidade) no ensino fundamental e médio e, assim, obtêm melhor formação intelectual para ingresso nas universidades públicas, aos negros restam as escolas públicas (crescentemente sucateadas) nos níveis fundamental e médio e o caminho das universidades privadas. Mesmo com essa estratégia, também no campo da educação as desigualdades raciais são gritantes: em 2008, a probabilidade de um jovem branco, de 18 a 24 anos, frequentar uma instituição de ensino superior era 97,8% maior do que a de uma jovem negra da mesma faixa etária.13
No plano da moradia, os indicadores sociais revelam a mesma diferenciação no interior das políticas públicas, ou como o Estado “faz viver” esses contingentes populacionais. Os territórios de maioria negra nas cidades (favelas, loteamentos, bairros pobres e periferias) são carentes de equipamentos urbanos e serviços públicos de boa qualidade. O déficit habitacional brasileiro (cerca de 5,5 milhões de unidades) é fruto da ausência de uma política estatal de habitação popular, o que resultou na precariedade que caracteriza as atuais condições de moradia e vida nessas localidades.14
Além disso, em várias de nossas grandes cidades que vêm sendo reestruturadas para favorecer a especulação imobiliária e/ou sediar “grandes eventos” e assim se inserir nos fluxos internacionais de acumulação urbana, essas populações têm sido compulsoriamente removidas das localidades em que sempre viveram, criaram seus laços de vizinhança e parentesco, suas alternativas de sobrevivência (em trabalhos formais, pequenos comércios ou “virações”).15 São, então, reassentadas em locais distantes, ambientalmente precários,16 com infraestrutura urbana de má qualidade, sem redes de sociabilidade nem alternativas de trabalho; enfim, sem lugar na sociedade, sem direito à cidade.

Muito além do preconceito
Os dados analisados e as situações descritas revelam quanto as desigualdades sociais têm cor e estão profundamente enraizadas no racismo institucional que estrutura a sociedade brasileira e se materializa por meio das políticas praticadas pelo Estado, em todos os seus níveis. O que queremos sublinhar ao discuti-los é que, no Brasil, as desigualdades sociais se somam e são elevadas pelas desigualdades raciais. Mais do que isso: as desigualdades raciais estão no cerne do modo de gestão estatal dos territórios de maioria negra e desta população.
Trata-se de um novo modo de gestão estatal de territórios e de populações, que dispensa os tradicionais discursos e práticas de integração à sociedade nacional pela via da cidadania (da educação, do trabalho e dos direitos) por entender que essas populações são desnecessárias ao atual desenvolvimento do capitalismo.
Vivemos, hoje, uma mudança no eixo da atuação do Estado, cujo sentido passou a ser – simplesmente – evitar que essas populações negras, pobres e moradoras em territórios de favelas, loteamentos, bairros pobres e periferias produzam problemas para a ordem social. Suas estratégias combinam, desde então, diferentes políticas e mecanismos de controle social repressivo (até o “deixar morrer”) com políticas de mera inserção17/mínima sobrevivência (o “fazer viver”), travestidas, no plano discursivo, de integração à cidadania e à sociedade.
No primeiro caso, especialmente nas situações em que a criminalização da pobreza tem sido mais eficiente, o Estado atua promovendo ou acobertando a segregação socioespacial e as políticas de extermínio e de encarceramento, sobretudo de jovens negros. No segundo, atuando nos territórios de maioria negra, o Estado oferece a essas populações uma ilusão de integração por meio de políticas públicas que há muito abandonaram os princípios da universalidade e da justiça (são pontuais, descontinuadas; os serviços e equipamentos que criam são de má qualidade) ou patrocinando projetos sociais realizados por organizações não governamentais que seguem a mesma lógica, além de criminalizar sua clientela, entendida como “população vulnerável ao crime”. Em ambos os casos, o racismo institucional soma-se às desigualdades sociais, raciais e urbanas que historicamente estruturaram nosso país, aprofundando-as e revelando que estamos muito longe da “diluição” dessas desigualdades e da possibilidade de uma efetiva integração social e urbana dos negros pobres na sociedade brasileira.

Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Uerj, pesquisadora do CNPq, membro do Coletivo de Estudos sobre Violência e Sociabilidade (Cevis/Uerj) e integrante do Círculo Palmarino.


TODO NEGRO TEM SEU VALOR

O preconceito racial no Brasil
O preconceito racial ainda existe no Brasil isso ninguém pode negar, pois vemos que existem muitas piadas referentes a negros e brancos, é claro que o preconceito racial já não é mais como antigamente, onde os negros eram escravos, ou a pouco tempo em que tinham a oportunidade profissional quase nula,.
Muita coisa mudou em relação a preconceito racial, hoje em dia, por exemplo, existe a cota de negros para universidades que visam ajudar essas pessoas que às vezes não tem oportunidades de conseguirem um diploma universitário, um reflexo do que foi o passado. Hoje se reflete esse passado em faculdades que possibilitam filhos e netos desses negros a conseguirem uma vaga, gera certa polêmica, pois alguns defendem a impressão de que os negros são mais frágeis.
Lojas em especial que vendem moda, muitas vezes não aceitam funcionários negros, não falam diretamente, mas aceitam o currículo sem dar a devida importância.
Também existe o preconceito de pessoas quando andam pelas ruas a noite que veem um negro vindo em sua direção e cortam volta por imaginar que possa se tratar de um bandido, ainda há muito que ser feito, nosso país é muito democrático e alugares para todos, só que precisamos cortar esse mal racial pela raiz e não deixar que ele domine os nossos filhos e netos, sendo assim o Brasil inteiro precisa lutar contra isso, mostrando que todas as raças são iguais e que não há diferença alguma entre nós. Se aos olhos de Deus não temos diferenças por que vamos pensar isso de outras pessoas brancas como negras?
Preconceito racial é crime!

terça-feira, 26 de março de 2013

CULTURA INDIGENA (RELATORIO)


 A CULTURA INDIGENA TEM GRANDES INFLUENCIAS NOS COSTUME BRASILEIROS,OS INDIOS CHEGARAM NESSAS TERRAS MUITO ANTES DE PEDRO ALVARES CABRAL QUE A HISTORIA REVELA SER O DESCOBRIMENTO DO BRASIL.
COM ELES VIERAM SEUS COSTUMES ,SUA LINGUA SEUS RITOS.OS INDIOS ELES ACREDITA NA FORÇA DA NATUREZA E TUDO QUE NELA HÁ.ELES TAMBEM CURA DOENÇAS COM ERVAS E ACREDITA EM DEUSES QUE SÃO REPRESENTADO PELA NATUREZA.
A COMIDA VEM DA CAÇA HOMENS FICAM ATRAS TODO DIA PARA ALIMENTAR SUAS FAMILIAS E AS ALDEIAS. AS MULHERES PREPARAM ALIMENTO,COM FOGO ACESO, COM PEDAÇO DE MADEIRA EM FOGÕES CONSTRUIDOS POR ELES MESMO.
NAS ALDEIAS PRESERVA-SE O COSTUME DE FESTEJAR AS COMEMORAÇÕES COM DANÇAS, SEMPRE QUE ACONTECE UMA SERIMONIA, SEJA ELA PARA DAR BOAS VINDAS.
O POVO INDIGENA POSSUI COSTUME DE CONFECCIONAR TODAS AS SUAS COISAS ELES UTILIZAM FERRAMENTAS PARA CONSTRUIR SEUS PROPRIOS INSTRUMENTOS MUSICAIS.
O COSTUME DE PINTAR O CORPO JÁ É CONHECIDO POR TODOS AS MULHERES SE ENFEITAM TODOS OS DIAS E OS HOMENS NÃO FICA DE FORA. OS INDIOS PINTAM POR VARIOS MOTIVOS DENTRE ELES ESTÃO:  PARA SEREM CONFUDIDOS NA MATA COM A VEGETAÇÃO E ENFRENTAR GUERRAS,  PARA REALIZAÇÃO DAS COMEMORAÇÕES,
 EM HOMENAGEM  A TUPÃ O DEUS DO SOL.
A cultura indígena  tem grandes influências nos costumes dosbrasileiros. Os índios chegaram nessas terras muito antes de Pedro Alvarez Cabral, que a história revela ser o descobridor do Brasil.
Com eles também vieram seus costumes, sua língua, seus ritos que perduram mesmo com o número pequeno de indígenas que encontramos no território.
Os índios vivem normalmente reclusos em ambientes onde eles possam ficar da maneira que julga certa, sem interferência do branco que aos poucos toma atitudes que podem exterminar a existência desses lugares.
Eles se sentem invadidos quando a imprensa tenta mostrá-las e algumas tribos não permitem que a câmeras entrem, tampouco recebem visitantes.

Os indígenas, suas crenças e comida

Normalmente, os índios costumam acreditar na força da natureza e tudo que nela há. Eles também cuidam das doenças com ervas e acreditam nos deuses que também são representados pela natureza.
A comida vem das caças que os homens ficam atrás durante todo o dia para alimentar as suas famílias e as aldeias. Já as mulheres preparam os alimentos no fogo aceso com pedaços de madeira em fogões construídos por eles mesmos.

A força da natureza

Tudo o que está na natureza possui sua força e significado próprio e o que se tira dela é aproveitado até o final pela cultura indígena. Eles também são gratos para as coisas naturais que lhe proporcionam uma melhora espiritualmente e fisicamente.

Danças e os ritos

Nas aldeias, preserva-se o costume de festejar as comemorações com danças. Sempre que acontece uma cerimônia, seja ela para dar boas vindas, para agradecer ou simplesmente para festejar um novo amanhecer, é com a dança e os cantos que os indígenas se manifestam.
Índio
A arte de pintar o corpo. (Foto: Divulgação)

Artistas de nascença

O povo indígena possui o costume de confeccionar todas as suas coisas, e mais uma vez aqui eles utilizam as ferramentas que a própria natureza fornece. Eles fabricam seus instrumentos musicais para tocarem no momento dos rituais e festas.
O costume de pintar o corpo já é bem conhecido por todos. As mulheres se enfeitam todos os dias e os homens também não ficam de fora. Os índios se pintam por vários motivos, dentre eles estão:
  • Para serem confundidos na mata com a vegetação e enfrentar guerras
  • Para a realização das comemorações
  • Em homenagem a tupã, o Deus do sol

sábado, 23 de março de 2013

O NOSSO PAÍS E SUAS DIVERSIDADES











                                                   

          Diversidade Humana           

      


                   “Ninguém nasce odiando 
outra pessoa pela cor de sua 
pele, por sua origem 
ou ainda por sua religião. 
Para odiar, as pessoas 
precisam aprender; 
e, se podem aprender 
a odiar, podem ser 
ensinadas a amar.”      

  


(Nelson Mandela)

quinta-feira, 21 de março de 2013

Cultura Negra


Cultura Negra 

A cultura negra chegou ao Brasil por meio dos escravos africanos trazidos para cá no período colonial. A cultura europeia, tida como branca, predominava no país e não dava margem aos costumes africanos, que era discriminado pela sociedade branca, na época, maioria. Então, observa-se que na sociedade não se tinha as manifestações; porém, os negros tinham sociedades clandestinas, chamadas de quilombos.

Outra característica marcante da cultura afro no Brasil é a questão dos diferentes temperos dados à nossa culinária. Eles tiveram a capacidade de mesclar coisas da cozinha indígena com a europeia e transformar em comida brasileira. Ora, os escravos saíram de suas terras para um local diferente, sem trazer nada consigo.
Comidas
O acarajé, o vatapá, o bobó, a feijoada são pratos mais famosos da culinária afro-brasileira. Tem também o azeite de dendê, comum na culinária baiana. Além disso, a coco, a banana, a pimenta malagueta, o café são produtos oriundos das terras africanas.

Dança
Além da capoeira, que já é comum em várias partes do Brasil, mas enfaticamente no estado brasileiro da Bahia. Os negros trouxeram estilos diferentes no quesito de moda e estilo. Sempre baseado nas culturas dos ancestrais, aderem penteados interessantes, como os dreadlocks, da cultura rastafári; o cabelo Black Power; os trançados; com balangandãs (veja mais informações sobre penteados de cabelo), dentre outros.
O samba é bem marcante da cultura brasileira, o que é uma herança dos afro-brasileiros.  O estilo musical nasceu em meados da década de 1920; no Rio de Janeiro, surgiu e permitiu a criação de outros ritmos, tais como: o samba enredo, o samba de breque, o samba canção e a bossa nova.



Religião
O candomblé, religião afro-brasileira, assim como a umbanda, macumba, homologo, foi deixado pelos escravos que adotavam o sincretismo para preservação desse culto. Na época da escravidão, para que a adoração aos deuses africanos não cessassem, os negros usavam os santos da igreja católica, como forma de despistar a mão de ferro portuguesa. Por isso, se vê a mistura do candomblé com o catolicismo.
Em meio às lutas, pode se dizer que os negros venceram e continuam nesse processo. Embora existam ainda casos de racismo, esse quadro tem mudado. No Brasil, o Dia da Consciência Negra lembra-se da resistência à escravidão e é comemorada no dia 20 de novembro, homenagem ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, ícone da cultura negra.