segunda-feira, 3 de março de 2014

Como se caracteriza a divisão das tarefas nas sociedades tribais

Nas sociedades tribais, a organização das atividades produtivas caracteriza-se pela divisão das tarefas por sexo e idade. Muitos analistas classificaram estas sociedades como de economia de subsistência e de técnica rudimentar, passando a idéia de que elas viveriam em estado de pobreza, o que é um preconceito. Se hoje muitas delas dispõem de áreas restritas, enfrentando difíceis condições de vida, em geral, antes do contato com o chamado “mundo civilizado”, a maioria vivia em áreas abundantes em caça, pesca e alimentos de vários tipos. Os membros dessas sociedades não só tinham todas as suas necessidades materiais e sociais plenamente satisfeitas, como dedicavam um mínimo de horas diárias ao que nós chamamos de trabalho. Os ianomâmis, da Amazônia, dedicavam pouco mais de três horas diárias às tarefas relacionadas à produção. A explicação para o fato de os povos tribais trabalharem muito menos do que nós está no modo como se relacionam com a natureza, também diferente do nosso. Por um lado, para eles, a terra é o espaço sagrado, pois dá aos humanos seus frutos: a floresta presenteia os caçadores com os animais, os rios oferecem peixes que ajudam na alimentação. Tudo isso é um presente da “mãe natureza”. Por outro lado, os povos tribais têm uma profunda intimidade com o meio em que vivem. Conhecem os animais e as plantas, o que é bom e o que é ruim para comer e quando podem utilizar certas plantas e determinados animais para alimentação, para cura de seus males ou para seus ritos. Nesse sentido, pode-se assim dizer, que a relação das sociedades tribais com a natureza é sustentável, pois consomem os recursos da natureza respeitando a sua ordem, o seu tempo. É esse consumo é perfeitamente compatível com as suas necessidades.

sociedades tribais

As sociedades tribais não têm Estado, não têm classes, não têm escrita, não têm comércio, não têm história, não têm escola.Para o homem da tribo, a natureza está “carregada de deuses” e o sobrenatural penetra em todos as dependências da realidade vivida e não apenas no campo religioso. Os mitos e os ritos são transmitidos oralmente,e a tradição se impõe por meio de crença, permitindo a coesão do grupo e a repetição dos comportamentos considerados desejáveis.Apesar da divisão de tarefas, o trabalho e o seu produto são sempre coletivos. Os usos e costumes, as idéias religiosas e os ritos primitivos são assimilados pelas gerações jovens sem um mecanismo complexo.As crianças aprendem imitando os gestos dos adultos nas atividades diárias e nas cerimônias dos rituais.A formação é integral e universal porque todos tem acesso ao saber e ao fazer apropriados pela comunidade. A educação dos povos primitivos se caracteriza:ـ Por um caráter eminentemente social;ـ Por ser estática;ـ Por sua marca global;ـ Pelo fundo religioso e mítico;ـ Pela imitação servil.

Sociedades Tribais: A Educação Difusa.

1. Sociedades Tribais: A Educação Difusa. Nas comunidades tribais as crianças aprendem imitando os gestos dos adultos nas atividades diárias e nas cerimônias dos rituais. As crianças aprendem "para a vida e por meio da vida", sem que alguém esteja especialmente destinado a tarefa de ensinar. O homem incidia sobre o saber (conhecimentos), o fazer (aptidões técnicas), o ser (valores) e o estar (saber sua posição no meio e agir conforme as necessidades do meio). A imitação dos gestos foi fundamental nesta fase. Não haviam métodos e sim práticas educativas: - Não existia educação na forma de escolas; - Objetivo era ajustar a criança ao seu ambiente físico e social, através da aquisição das experiências; - Chefes de família eram os primeiros a transmitir o saber e em seguida o sacerdote. O objetivo da educação primitiva era transmitir através das cerimônias de iniciação, toda a informação necessária para que houvesse o ajustamento do indivíduo tanto no lado físico como no social. Toda a experiência era passada de geração em geração, pelos pais e pelo sacerdote.A imitação dos gestos, a histórica contada pelos mais antigos, os ritos de iniciação etc. Algumas tribos indígenas ainda seguem traços de educação primitiva e realizam certos rituais como no passado, o aprendizado é dentro do próprio espaço de convívio. Podemos afirmar que o homem primitivo vivenciou uma educação prática, levando em consideração suas necessidades de sobrevivência (alimentação, vestuário e abrigo). Nas sociedades primitivas não havia um escola ou espaço formal de ensino, mas podemos dizer que já havia a figura do professor e do aluno num processo educativo informal. Disponível em: www.ead.ines.gov.br/moodle/pluginfile.php/.../Educ.%20primitiva.ppt? Postado por História da Educação às 01:21 Enviar por e-mail

terça-feira, 25 de junho de 2013

O racismo e as crianças

Propaganda com família intreracial gera reações retrógradas e reabre debate sobre o preconceito


Por Mariana Della Barba 24/jun 00:31


Um comercial que está passando na TV americana tinha tudo para arrancar suspiros e ser classificado como fofo. 

Nele, uma menininha pergunta para mãe se um cereal chamado Cheerios faz bem para o coração. Ao ouvir a resposta positiva, a garota sai em disparada com a caixa na mão. Em seguida, vemos o pai acordando de uma soneca no sofá e cheio de cereal na camisa, bem na altura do coração (imagens acima).

"Ah, que linda essa garotinha, se preocupou com a saúde do pai", deveria ser o comentário de todos. Mas um detalhe chamou a atenção de um leva de pessoas: o fato de o pai ser negro e mãe, branca.

Bastou para os racistas escondidos atrás da tela da TV ou do computador (muitos viram pelo Youtube) lançarem ofensas contra o casal, a marca e até contra a garotinha, na área de comentários do site de compartilhamento de vídeos. 
Entre os piores termos estavam genocídio racial - pra ficar com apenas um.

A marca do cereal logo fechou a área de comentários no YouTube e divulgou uma nota, dizendo que eles estavam tentando retratar uma família americana. 

"E há muitas famílias muilticulturais no país hoje."

Nem é preciso dizer o quanto tudo isso se aplica à realidade brasileira, não é mesmo?

O racismo - velado ou escancarado - permeia toda a sociedade, fazendo com que as crianças também sejam alvos. 

No Brasil e nos Estados Unidos pais e mães - negros(as) e brancos(as) -  se revoltaram contra o racismo sofrido por suas famílias e colocaram a boca no trombona. 

Aqui, lembro do exemplo de um casal que estava comprando um carro e o filho - um garoto negro de 7 anos - quase foi expulso da loja, porque um funcionário achou que ele um menino de rua. Inconformados, os pais criaram a página no Facebook, "Preconceito Racial não é Mal-Entendido" (de onde eu tirei a imagem acima).

Atitude semelhante foi tomada por um casal que se sentiu ofendido pela reação racista à propaganda do cereal Cheerios. Eles protestaram criando o site www.wearethe15percent.com, ou "nós somos os 15%", em referência ao dado do censo americano que diz que 15% dos novos casamentos são entre brancos(as) e negros(as). No site, o casal publica fotos - enviadas por leitores - de famílias interraciais mundo a fora.